Altamiro Carrilho - Uma homenagem ao mestre




Altamiro Carrilho nasceu na cidade de Santo Antonio de Pádua, estado do Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1924. Por influência da família, aos cinco anos de idade brincava com uma flauta de bambu, feita por ele. Aos onze anos, já integrava a Banda Lira Árion, tocando tarol. Em 1940 mudou-se com a família para Niterói , região metropolitana do Rio de Janeiro, onde trabalhou como farmacêutico, enquanto, à noite, estudava música com o seu amigo e incentivador Joaquim Fernandes, flautista amador. Altamiro não perdia nenhum programa dos grandes flautistas da época, Dante Santoro e Benedito Lacerda. Com uma flauta de segunda mão, inscreveu-se no programa de calouros de Ari Barroso e conquistou o primeiro lugar. Ainda muito moço, pela sua incrível facilidade de improvisar, com seu estilo muito pessoal e cheio de bossa, foi convidado a integrar conjuntos famosos como os de César Moreno, Canhoto e Rogério Guimarães.
Porém, Altamiro, teve seu primeiro registro em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon. Em 1949, gravou o seu primeiro disco ("Flauteando na Chacrinha") na gravadora Star. Em 1950, formou seu primeiro conjunto para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda. Em 1955, formou a Bandinha de Altamiro Carrilho, quando gravou o seu maxixe "Rio Antigo" que fez grande sucesso, chegando a vender 960.000 cópias em apenas seis meses. De 1956 a 1958, a bandinha ganhou grande prestígio e popularidade com o seu programa Em Tempo de Música, na TV Tupi.
Altamiro Carrilho tornou-se conhecido internacionalmente na década de 60, quando apresentou-se em diversos países, como Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Egito, México, Estados Unidos e União Soviética. O sucesso no exterior foi tanto, que chegou a ficar um ano no México, onde foi passar uma temporada de apenas vinte dias. A partir da década de 1970, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante.

Em novembro de 1972, Altamiro apresentou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o Concerto em Sol de Mozart, sendo muito elogiado pela crítica especializada. Foi convidado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre para participar de um programa de Concertos onde, sob a regência do Maestro Julio Medaglia, executou o Concerto Nº2 em Ré Maior KV 314 de Mozart, tendo a idéia de colocar nas cadências pequenos trechos de músicas de grandes compositores populares brasileiros, tais como Pixinguinha e Ernesto Nazareth. Tal fato causou enorme impacto no público e principalmente nos membros da orquestra, sendo aplaudido de pé durante dez minutos.
Seu disco "Clássicos em Choro" foi premiado com o Troféu Villa-Lobos, como melhor disco instrumental, tendo recebido também Disco de Ouro pelo seu trabalho "Clássicos em Choros Nº 2". Também ganhou o Prêmio Sharp de 1997 como melhor CD instrumental, com o seu "Flauta Maravilhosa". Recebeu em 1998, das mãos do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, uma Comenda especial, a Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento ao seu talento e sua incansável luta em prol da Música Brasileira. Ganhou o Titulo de Cidadão Carioca concedido pela Câmara dos Deputados. Em 2003, Altamiro recebeu a Comenda da Ordem do Mérito Cultural da Magistratura pelos serviços prestados à cultura brasileira.
Compositor de versatilidade extraordinária, Altamiro Carrilho compôs cerca de 200 músicas dos mais variados ritmos e estilos. Com 60 anos de carreira, tem mais de 100 gravações em LP´s, fitas e CDs. É um gênio vivo e um grande exemplo de perseverança, amor pelo instrumento e à música – dom de Deus, que lhe permite transmitir ao público: alegria e amor.

Altamiro Carrilho foi um dos maiores instrumentistas da nossa música. Reverenciado por artistas brasileiros e estrangeiros, como o célebre flautista francês Jean Pierre Rampal – que considerava nosso homenageado o melhor do mundo –, ele é também um compositor de mão cheia.
Selecionamos os melhores choros e interpretaçoes do mestre: Aeroporto Galeão (Altamiro Carrilho) - Altamiro Carrilho e regional Atraente (Altamiro Carrilho) - Altamiro Carrilho e regional Sentimental (Altamiro Carrilho) - Altamiro Carrilho e regional Beija-Flor (Altamiro Carilho) – Altamiro Carrilho Flauteando na chacrinha (Altamiro Carrilho e Ari Duarte) - Altamiro Carrilho Guaracy (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho Deixe o breque pra mim (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho Rio antigo (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho e Bandinha Dorinha, meu amor (José Francisco de Freitas) – Altamiro Carrilho e Bandinha Elegante (Altamiro Carrilho) – Avena de Castro e conjunto O flautista triste (Altamiro Carrilho) – Edgard Gordilho e Heitor Brandão Enigmático (Altamiro Carrilho) – Canhoto e Regional Não resta a menor dúvida (Altamiro Carrilho) – Regional Altamiro Carrilho e Mário Sève Bem Brasil (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho e seu Regional Saliente (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho e Regional Pra tia Amélia (Altamiro Carrilho) – Regional Altamiro Carrilho e Carlos Malta Frevinho carioca (Altamiro Carrilho) – Altamiro Carrilho e Seu Regional Caco de vidro (Altamiro Carrilho) – Choro na Praça Esquerdinha na gafieira (Altamiro Carrilho) – Choro na Praça

Discografia
 Juntos (2002) (participação/Dois no Choro, EUA) Millenium (2000) Flauta Maravilhosa (1996) Brasil Musical - Série Música Viva - Altamiro Carrilho e Artur Moreira Lima (1996) Instrumental No CCBB- Altamiro Carrilho e Ulisses Rocha (1993) Cinqüenta anos de Chorinho (1990) Bem Brasil (1983) Clássicos em Choro Vol. 2 (1980) Clássicos em Choro (1979) Altamiro Carrilho (1978) Antologia da Flauta (1977) Antologia do Chorinho Vol. 2 (1977) Antologia da Canção Junina (1976) Antologia do Chorinho (1975) Pixinguinha, de Novo - Altamiro Carrilho e Carlos Poyares (1975) A flauta de prata e o bandolim de ouro - Altamiro Carrilho e Niquinho (1972) A furiosa ataca o sucesso (1972) Dois bicudos (1966) Altamiro Carrilho e sua bandinha no Largo da Matriz (1966) A banda é o sucesso (1966) Choros imortais nº 2 (1965) Uma flauta em serenata (1965) Altamiro Carrilho e sua bandinha nas Festas Juninas (1964) No mundo encantado das flautas de Altamiro Carrilho (1964) Choros imortais (1964) Recordar é Viver Nº 2(1963) Bossa Nova in Rio (1963) Recordar é Viver nº 3 (1963) A Bandinha viaja pelo Norte (1962) Vai Da Valsa (1961) Desfile de Sucessos (1961) O melhor para dançar - Flauta e Órgão (1961) Era só o que flautava (1960) A bordo do Vera Cruz (1960) Parada de Sucessos (1960) Chorinhos em desfile (1959) Dobrados em desfile (1959) Boleros em desfile nº 2 (1959) Altamiro Carrilho e sua bandinha na TV - nº 2 (1958) Homenagem ao Rei Momo (1958) Boleros em Desfile (1958) Enquanto houver amor (1958) Recordar é viver (1958) Revivendo Pattápio (1957) Altamiro Carrilho e sua flauta azul (1957) Ouvindo Altamiro Carrilho (1957) Natal (1957) Altamiro Carrilho e sua bandinha na TV (1957)

Comentários

  1. Adoreiiiiii!!!! Altamiro vai fazer muita falta! As flautas do mundo inteiro estão tristes com esta perda!

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