Instrumentos para tocar o Choro

  • Violão de 6 cordas
  • Violão de 7 cordas
  • Cavaquinho
  • Bandolim
  • Flauta
  • Sax
  • Clarinete (ou Clarineta)
  • Pandeiro
Violão de seis cordas: instrumento de cordas com caixa de ressonância acinturada (em forma de 8), que se toca com os dedos ou palheta. Apesar de sua primeira referência escrita ser do século XIV ele existe desde tempos muitos remotos. No século XVIII ganhou as características que tem hoje. A obra do espanhol Fernando Sor foi determinante para sua validação como instrumento de música clássica. Os "Doze Estudos para Violão" de Villa-Lobos estão entre as obras clássicas mais conhecidas para o instrumento. Bem disseminado pelo mundo com o nome de guitarra, integra o arranjo da maior parte das manifestações musicais populares do ocidente. Por esse mesmo motivo, possui diversos estilos de execução, adequados a cada gênero. No choro, é empregado como parte da harmonia e do ritmo.


Violão de sete cordas: o violão de sete cordas é uma variação do violão tradicional, criado no Brasil para o acompanhamento do choro. A alteração consiste no acréscimo de uma sétima corda, mais grave, afinada em si ou dó. Desta forma, esse instrumento explora mais efetivamente a parte mais grave da harmonia, contrapondo-se ao cavaco, bandolim e flauta, instrumentos agudos e, conseqüentemente, introduzindo o violão no rol dos instrumentos adequados à parte melódica da música, em especial ao contracanto.


Cavaquinho: pequena viola de quatro cordas, tocada com palheta. Foi introduzido no Brasil pelos portugueses da ilha da Madeira, que a chamavam de braguinha, machetinho ou machete de Braga. Essa denominação está relacionada à cidade portuguesa de Braga, de onde se supõe procedam os primeiros exemplares do instrumento. Difundido primeiramente em manifestações como a congada, teve ampla aceitação na música popular brasileira rural e urbana, compondo com a flauta e o violão o conjunto básico do choro tradicional. Seu uso se estende também às manifestações da antiga metrópole e de colônias como Moçambique e Cabo Verde. Bastante versátil, presta-se tanto ao solo quanto à harmonia e ao ritmo.


Bandolim: instrumento de cordas de formato similar ao alaúde. Possui 4 pares de cordas, normalmente afinadas no mesmo tom e afastadas entre si por intervalos de quintas, da mesma forma que o violino. Embora sua origem seja desconhecida, sua importância na música ocidental está diretamente relacionada ao uso que os italianos - principalmente os da região de Nápoles - fizeram desse instrumento, e também pela popularização do instrumento naquele país a partir do século XVI. Na música clássica, encontrou espaço nas composições de Vivaldi, Mozart, Beethoven e Paganini. Na música popular, está bem disseminado por todo o ocidente, integrando conjuntos de música tradicional da Itália, Portugal, Inglaterra, Irlanda e, nas Américas, da Bolívia, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Venezuela. No Brasil, integra a formação tradicional do grupo de choro, ao lado da flauta, do violão e do cavaquinho. Pode, eventualmente, alternar-se com este último na execução tanto de linhas melódicas como da harmonia.


Flauta: a flauta é um instrumento de sopro sem palheta, em forma de tubo, utilizado desde tempos imemoriais. Foi, por exemplo, um dos principais instrumentos da música antiga grega. Possui diversas variações, seja entre as retas ou as transversais. Esta última se tornou a preferencial dos compositores principalmente a partir do século XVIII. A princípio, era fabricada em madeira. A forma como é conhecida hoje se deve em especial às pesquisas de Theobald Böhm, instrumentista que aperfeiçoou o instrumento. Entre outras coisas, propôs a substituição da madeira pela prata, alterações no método de fabricação, tais como o acréscimo de novos orifícios e a introdução do sistema de chaves, facilitando a digitação. Integrante de orquestras sinfônicas, é usualmente executada junto ao violino, ou em passagens que dependem de agilidade. Na música popular, foi incorporada por diversos gêneros musicais durante o século XX, incluindo o jazz, o rock e a música pop. É um dos instrumentos básicos de solo do choro, imortalizado por músicos como Pixinguinha, Carlos Poyares e Altamiro Carrilho.


Saxofone: instrumento de sopro com palheta. Seu corpo consiste em um tubo cônico de metal, contendo mais de 20 orifícios providos de chaves que podem ser abertas ou fechadas para a produção da escala musical, e possui embocadura semelhante à do clarinete. Foi inventado no século XIX por um fabricante de instrumentos de origem belga, Adolphe Sax (de onde surgiu seu nome), que requereu a patente do instrumento em 1844. A princípio, foi visto com restrições por compositores e chefes de orquestra, mas logo alcançou popularidade entre os músicos, dada a sua versatilidade. Os tipos mais conhecidos, que normalmente compõem o que chamamos de naipe, são: soprano (o mais agudo), alto ou contralto, tenor e barítono (o mais grave). Reconhecido como um dos principais instrumentos do jazz, tem sua incursão na música brasileira relacionada às orquestras, que por um lado empregavam os músicos para interpretar os gêneros de maior prestígio e, por outro, incluíam o choro entre esses gêneros. Popularmente chamado de cachimbo devido a seu formato mais tradicional, tem como principais intérpretes de choro Pixinguinha e Zé Bodega (irmão do maestro Severino Araújo).


Clarinete: (ou Clarineta) instrumento de sopro de palheta e sistema de chaves com o formato de um tubo uniforme, alargado no final, aparentado ao oboé e ao fagote. É normalmente produzido em madeira – mais especificamente o ébano, o que confere a cor negra e o som aveludado característicos desse instrumento. Como o saxofone, é um instrumento que possui uma história identificável: foi inventado em 1690, pelo alemão Johann Denner, inspirado em um antigo instrumento de origem francesa, o chalumeau. Passou então a integrar as orquestras anteriores ao período romântico. Sua afinação mais comum é em Si bemol ou Lá. Por sua expressividade, é um instrumento clássico das orquestras, tendo sido contemplado por composições de Mozart, Schumann, Stravinsky e Debussy. O clarinete também se tornou um dos instrumentos mais característicos do jazz. É um instrumento importante também no choro, imortalizado pelo talento de músicos como Abel Ferreira, K-Ximbinho e Paulo Moura.


Pandeiro: instrumento de percussão, espécie de tambor pequeno e raso, com uma só pele esticada em um dos lados, com rodelas duplas de metal (também conhecidas por soalhas ou platinelas) enfiadas em intervalos ao redor do aro de madeira. Pode ser agitado para produzir um som contínuo, ou ser percutido (batido) com a palma da mão e os dedos. Com ou sem soalhas, esse instrumento descende do tympanum da Antigüidade greco-romana. Conhecido também pelos árabes, pode ser executado batendo-o também contra outras partes do corpo, como joelhos e cotovelos, para marcar o ritmo, podendo inclusive integrar cenografia. É popular na Europa Mediterrânea, em especial na Itália e na Península Ibérica. No choro, é executado pela combinação de toques da palma e das pontas dos dedos contra a pele.


Pesquisa:
Grupo “Entre Chorinhos & Músicos”
http://www.ecmonline.com.br/ecm_projespeciais.htm

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